maio 10, 2012

Telegrama

É uma música, é também um cheiro, a foto de seus transeuntes desavisados, a rua que vai invadindo meus sonhos, meus devaneios, ferindo os olhos com os prédios que arranham céus...

É também a multidão, amarga, que me carregou para sua inexpressividade, movimentando-se naquela pressa imaginária de quem se arrasta sei lá para onde. É o cinza, o frio que parece se apegar a manga das camisetas, a irritação que impregna ar, que deixa tudo ainda mais nublado. É o vidro fumê no olhar alheio, esse anseio, que parece lotar a mesa dos pequenos bares, as filas quilométricas.

É a vontade de ser que invadiu, que inundou, tudo aquilo que eu já achava tão certo. E agora descobri que esse eu é ainda mais secreto, mais sozinho, mais tristinho que o Zeca...



2 comentários:

Andréa Pinho disse...

Que lindo Nad! Bonito o teu uso das palavras.

Sabrina Andrade disse...

Oi Nad,
Quanta lindeza nesse blog ♥
Suas palavras me fizeram tão bem!
Beijos
Sah

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Poetisa que não declama e Jornalista nas horas vagas.